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wdois centavos |
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onde o velho ''achou ruim? faz melhor!'' não vale nada.
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wporta-niqueis: |
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wsexta-feira, outubro 18, 2002 |
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Sabe aqueles filmes americanos melosos, que sempre tem um casal perfeito como protagonista, onde o homem, além de lindo, rico e bem-sucedido, sempre dá um jeito de superar as mais altas expectativas nas ocasiões especiais? Pois é. Na minha opinião, o Queens of the Stone Age assume perfeitamente o papel desse personagem, se o ambiente em questão for o cenário rock alternativo atual - as rainhas têm em sua formação alguns dos indivíduos mais fodas da música (decente) de hoje, lançam seus discos por uma das maiores gravadoras americanas, a Interscope, estão tocando consideravelmente nos principais veículos destinados à música nos EUA e na Europa e mesmo assim dão origem a trabalhos inventivos, diversificados e maravilhosos. "Songs for the Deaf", a última obra dos rapazes, faz o que seria impossível para a grande maioria das bandas atuais (e bota grande nisso): atende às expectativas geradas pelo irretocável "Rated R", obra-prima de 2000 (e o disco preferido do que vos fala - basta olhar a cor do blog ;).
Antes conhecidos pelo rock tradicional e sem firulas da banda-matriz do QotSA, o Kyuss, Josh Homme e Nick Oliveri, auxiliados pelos diversos convidados que contribuem no álbum, agora atacam em diversos fronts. Há as canções pop, prontinhas para virar single, como "No One Knows", a primeira música de trabalho, e "Do It Again", ambas de estrutura simples, que são simplesmente divertidas e pronto. Por outro lado, temos outras faixas mais pesadas, como a primeira, "Millionaire" - retirada das Desert Sessions, como já havia acontecido com "Avon", do primeiro CD, e "Monsters In Your Parasol", do segundo - que reúne elementos já utilizados um milhão de vezes, como vocais agressivos, como sempre providos por Nick, palmas marcando o refrão e um riff pesado que se repete por toda a música, mas que se completam tão perfeitamente que parecem inéditos. Outro destaque nessa parte roque é "A Song for the Dead", mostrando o quanto que a presença de Dave Grohl atrás da bateria adicionou às músicas.
Várias outras influências também se mostram presentes em Songs for.... Músicas mais arrastadas, ou mesmo mais "sérias", como "Hangin' Tree" (outra sacada das Desert Sessions), onde o destaque são os ótimos vocais profundos de Mark Lanegan, ex-Screaming Trees, ou a grande "A Song for the Deaf", aonde um dueto entre Lanegan e Homme conduz um "épico" ainda melhor que "Better Living Through Chemistry", do trabalho anterior. No final, como faixa escondida, embora presente no tracklist (?), uma música acústica e orquestrada. A parte inicial, levada por violão e acordeão, é tão linda que nem parece QotSA. Quem diria que a banda que gravou "Feel Good Hit of the Summer" incluiria violinos e piano em uma canção, hein? Fechando o pacote, uma cover tão fiel como bacana de "Everybody's Gonna Be Happy", do Kinks, que acabou chamando minha atenção para esse grupo - e tenho que confessar que a original é realmente melhor. Uma faixa-bônus em um disco que já fazia valer cada centavo pago apenas com as 13 "oficiais".
Pontos fracos? Nenhum. Chega a ser até irônico que um disquinho tão variado prime pela qualidade homogênea das faixas. Agora é esperar o que eles farão daqui a um ou dois anos - voltarão ao robot-rock do primeiro disco ou continuarão com as suas experiências regadas a substâncias controladas de toda a espécie, abrindo mentes de metaleiros por todo o globo. De qualquer forma, só uma coisa é certa - os milhares de esposos e esposas não se decepcionarão com o resultado, seja lá qual ele for. Queens of the Stone Age continua sendo covardia.
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m at sexta-feira, outubro 18, 2002
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wsegunda-feira, outubro 14, 2002 |
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Desapareci porra nenhuma, oras.
Mas olha só. Pra variar, eu estava passando o olho no Pitchfork um dia desses e me chamou a atenção um ótimo nome de banda: Sahara Hotnights. Resolvi ler a resenha e outros dois fatos mantiveram meu interesse - primeiramente, trata-se de um grupo da Suécia, país que vem revelando diversas bandinhas bacanas, ultimamente; além disso, trata-se de um conjunto formado por garotas. Eu sempre adorei bandas com vocal feminino, como Garbage, Portishead e Pato Fu, porém não consigo me lembrar de uma que seja inteiramente composta por donzelas, toque roque e que tenha me agradado tanto. Acho que é algo com a voz feminina, que aparentemente não consegue chegar a um meio-termo entre Kittie e Luscious Jackson. A bateria também costuma comprometer e a guitarra sempre soa pop demais. Portanto, como eu odeio essa possibilidade de soar machista para alguém, pensei em dar uma chance para as suecas no meu Soulseek - chance que foi enfim dada após a descrição do redator: "the female Hives". Ruim não pode ser, né?
Também não foi dessa vez. Quando eu penso em Hives, a imagem (e o som) que vem a cabeça é a do Pelle Almqvist esgoelando e pulando de pernas abertas, apoiado por guitarras barulhentas e perfeitamente sujas. Bagunça, barulho. Ao invés disso, o Hotnights é muito bem produzidinho, muito limpinho, baixo demais e a voz da vocalista é muito bonitinha. É ruim? Não necessariamente. Músicas como "Alright Alright" e "Down And Out" são até bem bacanas - principalmente a primeira - mas não saciaram minha curiosidade por um Hives feminino. Se você conhece um aspirante ao posto, por favor, deixe-me a par de sua existência. Ajude a acabar com um estereótipo bobo de um cara que muito provavelmente só está procurando nos lugares errados.
Aí, esse Sleater-Kinney é bom mesmo?
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m at segunda-feira, outubro 14, 2002
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wterça-feira, outubro 01, 2002 |
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Eu gosto muito de música. Passo uma boa parte do meu tempo ouvindo música - principalmente agora que eu não tenho mais nada o que fazer - mas esse meu "vício" tem uma falha imperdoável (entre outras muitas): pra trás de 1992, eu não conheço nada. Isso é algo lamentável, já que provavelmente gostaria muito de diversas bandas das quais ouvi muito pouco, como The Kinks, Fugazi e Stooges, para citar nomes mais cotados.
Faço essa pequena confissão para falar sobre um sujeito chamado Walter Schreifels. Quando jovem, ele era vocalista de uma banda chamada Gorilla Biscuits, que foi descrita da mesma maneira em quase todos os sites por mim lidos que a mencionam: "seminal para o hardcore de Nova York". Eu converso com uma menina americana pelo AOL que é uma grande fã do gênero e me indicou umas bandas, e fiquei com a impressão que não passa de uma confusa massa de guitarras, onde o baixo simplesmente não é ouvido e a bateria simplesmente se mistura a toda a bagunça. Atitude demais e talento de menos, mas é o que essa juventude de hoje faz, não? Aí ele cresceu um pouco e formou o Quicksand, banda de vital importância no rock alternativo, com estruturas mais complexas e letras mais maduras - também segundo alguns sites por aí. Esse conjunto também se separou, mas Walter não se deu por satisfeito e começou o CIV - e aí as coisas começam a clarear um pouquinho. Eu conheço alguns singles dos rapazes ("Can't Wait One Minute More" e "Choices Made", muito bons, por sinal) e como naquela época não tinha muitas armas contra as estratégias mercadológicas das gravadoras, até procurei o álbum dos rapazes durante a minha visita ao reino de Walt Disney. Infelizmente, não tive sucesso.
Não sei que fim o CIV levou, mas agora em 2002, meu considerado camarada Fábio me recomendou uma bandinha chamada Rival Schools. Como o bom gosto do mancebo já foi testado e aprovado, abri meu Soulseek e procurei por "Holding Sand", a canção por ele recomendada, e pra variar, o negócio é fino mesmo - principalmente o refrão, antecedido por uma bateria eletrônica que explode em um ótimo riff de guitarra, tão pesado como catchy. Depois de conferir as outras duas sugestões, "Travel By Telephone" e "High Acetate", dois rocks sem firulas, que não deixam a peteca cair - a segunda até me lembrou "Get Free", me vi na obrigação de pegar o álbum todo. Ótimo, menos 100MB no meu disco rígido graças ao sr. Portugal.
No primeiro disco do grupo, "United By Fate", até há músicas mais pesadas, como "Used For Glue" e "The Switch" (meus destaques pessoais, assim como as 3 supracitadas), mas predominam canções cujos versos são mais cadenciados, introduzindo refrões quase sempre pesados e ganchudos. Primeiramente essa abordagem me decepcionou um pouco, já que um disco de "Holding Sand"s não me faria mal algum, mas após algumas audições fica claro que as outras faixas também têm seu mérito, e essa variação contribui para que seja um trabalho "ouvível" a qualquer hora. Afinal, de vez em quando você não quer nada com barulho e simplesmente avança pra "Undercovers On" ou "World Invitational". Acontece com todo mundo. No fim das contas, é um álbum bom, muito bom até, e que mostra que tem ainda tem gente com alguma vergonha na cara e que, ao invés de acomodar-se com o "sucesso", evolui com a idade e procura ir sempre além. Josh Homme fez isso e botou o adjetivo "moderno" na frente do rock de novo. O tal Walter Schreifels, se não foi tão longe, ao menos manteve sua integridade e colocou mais um respeitável item em seu pomposo currículo. Está bom demais.
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m at terça-feira, outubro 01, 2002
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